30 novembro 2011

George Harrison

Ontem, 29/11/2011, fez 10 anos que ele morreu.
Não foi um grande guitarrista, pelo contrário, eu o achava ruim. Um guitarrista de banda de colégio. Assim como Paul e John eram pianistas ruins, tanto que nas gravações o pianista era Billy Preston, considerado o quinto beatle. Naquele filme em que eles tocam no telhado da gravadora Apple, ao piano está Billy Preston.
Na música While My Guitar Gently Weeps o solo fica por conta de Eric Clapton, porém no disco o nome dele não aparece.
Ser ou não virtuoso em algum instrumento não significa ser ou não bom compositor. Paul e John eram ótimos compositores e muito produtivos, George produzia menos, mas mesmo assim fez verdadeiras obras-primas como I Need You, I Saw Her Standing There, Something, Here Comes The Sun e outras, além do hino dos guitarristas While My Guitar Gently Weeps.
George colocou a cítara indiana na música dos Beatles e consequentemente na música popular. David Crosby, que em 67 ou 68 havia saído do The Byrds e formado o trio Crosby, Stills and Nash ( Neil Young se juntou ao trio um ano depois ), apresentou George a Ravi Shankar que chegou a participar de algumas gravações dos Beatles.
No Youtube existe uma série de versões de While My Guitar Gently Weeps, inclusive a minha em ritmo de samba. Conversando com meu amigo Márcio Bueno, de Porto Alegre, eu lhe disse que a melhor é a do Paul Gilbert, mas ele contestou e disse que o melhor solo é o do Prince, numa homenagem que fizeram a George há uns 5 anos, o garoto que toca violão ao fundo é filho do George. Concordo com Márcio: em primeiro Prince, em segundo Paul Gilbert, e eu estou na briga pelo terceiro lugar contra Steve Lukater, Eric Clapton, Jeff Healey entre outros.
Porra, acho que exagerei. Já dei uma cacetada no ego, ele que se acalme.

17 novembro 2011

Hoje é 17/11/2011

e me lembrei deste blog, que, como já disse no primeiro texto aqui publicado, é um filho que exige textos, dedicação, mas sou desleixado e esquecido.
Para variar, publico abaixo um poema da jornalista, apresentadora de tevê e poeta Juliana Wexel.

EU QUERO UM LEXOTAN

Um lexotan, por favor!
Um lexotan, por favor,
pelas palavras bonitas presas na garganta impedidas de serem ditas pelo orgulho vão.

Um lexotan, por favor,
pelo mendigo que dorme gelado no chão, ébrio de desilusão,
farto de consumição, desolado, sem direção.

Um lexotan, por favor,
pela árvore cortada,
pelo monte de gente surtada que circula por aqui, por Paris, São Paulo e Japão.

Um lexotan, por favor,
pelas mulheres mutiladas do Afeganistão.

Um lexotan, por favor,
por quem não olha nos olhos,
por quem não vê ao seu lado
o cara que sofre de fome, de dor e em vão.

Um lexotan,
um lexotan, por favor,
pela inveja, pela maledicência, pela incompreensão dentro de nós, meus camaradas, meus irmãos,
pela mentira que se destila dos discursos da falsa política, da falsa moral, da falsa razão.

Um lexotan, por favor, um lexotan, a quem não vê a verdade como missão.

Um lexotan, um lexotan, por favor,
pela bomba atômica, pelas barragens, pelas linhagens que reproduzem miséria, falso poder e dominação.

Um lexotan, por favor,
pela criança que chora sem saber ainda porque se vive para viver,
pela mulher traída que não sabe que dignidade é amar primeiro si própria e não aquele que lhe paga a pensão.

Por favor, um lexotan,
pelos falsos homens de gravata,
que discursam bravatas em seus púlpitos feitos de ignorância e ilusão.

E por último, só mais um, só mais um lexotan,
por favor,
por quem não vê no amor a redenção.