22 agosto 2011

Por que escrever?

Já me fizeram a pergunta do título e mais outras. Perguntaram para que escrevo, ou por que escrevo, ou para quem escrevo. Perguntaram se tenho alguma ansiedade que me leva a escrever, como se escrever fosse um processo de cura de alguma ferida da alma. Encaro escrever como se fosse tocar violão, ou jogar futebol.
Gosto de futebol porque sempre joguei, para quem não joga é difícil compreender. Gosto de ler e tomei gosto por escrever porque leio desde sempre.
As pessoas lêem, eu leio. Leio o que alguém escreve. Não consigo decifrar o motivo que leva alguém a contar uma história ou escrever um poema. Leio e escrevo, não levo em conta a minha experiência de vida, mas a de leitura, a do exercício intelectual que é ler, por isso escrevo para quem já lê, quem não lê terá dificuldade de entender o gosto por ler e escrever, tanto quanto quem não joga futebol não entende o gosto pelo esporte. Não escrevo para dar lição de vida,ou outra baboseira desse tipo. Entendo que o que faço são provocações e indagações com a pretensão de desestabilizar o leitor e fazê-lo rever suas certezas.
O que escrevo é poema na forma, mas não é lírico, sentimental, é antes corrosivo. Não ensino nada e coloco tudo em dúvida. Não é confessional. Não é educativo. O objetivo não é escrever bonito, é minar as convicções do leitor, o que, como já disse, é pretensioso de minha parte, mas é o que espero que aconteça com quem lê o que escrevo.
Muitas vezes o que escrevo soa ríspido, pouco sutil e até despudorado, pois o que quero é limar a alma do leitor com lima grossa, pode arder e sangrar, mas depois de um tempo cicatriza. Este é o objetivo: abrir feridas e não curar.
Os poemas de Antropologia de Mim foram escritos na ordem em que se apresentam, não alterei essa ordem por conta de reunir temas semelhantes: foram saindo, e fui escrevendo. Apenas um, muito antigo, que escrevi na década de 1970, se intrometeu no livro, os outros foram escritos do final de 2009 à metade de 2010.
Se alguns poemas provocarem pequenos abalos sísmicos na cachola do leitor, já me dou por satisfeito. Se isso não acontecer, o livro não cumpriu o papel que espero que ele cumpra.
Por outro lado há alguns poemas jocosos, com algum trocadilho e até amorosos.
O livro está disponível para compra no site da Editora Multifoco, ou diretamente comigo, daí o leitor ganha uma dedicatória, apesar de que de nada adianta se o conteúdo for ruim.
Aguardo contato.

22/08/2011

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