12 agosto 2011

Alemanha 3 x 2 Brasil

Pois é. 3 a 2 para a Alemanha. Jogo ruim. Cada um por si e a falta de futebol por todos da nossa seleção. Mas não é bem disso que quero falar. Disso é o futebol pífio da seleção. Não quero falar sobre Mano "Retranca" Menezes. Ou sobre o que li no blog do Juca Kfouri: que Paulo Henrique Ganso ficou no banco para dar lugar a Fernandinho (quem?) porque este é empresariado pelo empresário do Mano. Sobre André Santos, não jogaria nem no time em que eu jogava no colégio e, se fizesse um fiasco daquele, ainda por cima apanhava. Ou sobre o salto alto do time todo. Ou sobre a falta de conjunto, pois cada um tenta resolver a coisa a seu modo. Ou sobre as falcatruas da CBF e sua cúpula. Ou sobre a torcida alemã que germanicamente gritava um OLÉ latino a cada troca de passes do time alemão.
O jogo foi em Stuttgart. No final, o técnico alemão colocou o brasileiro naturalizado alemão Cacau, jogador de 29 anos, nascido em Santo André/SP. Há alguns anos outro brasileiro já chegara à seleção alemã: Paulo Rink. Cacau foi saudado efusivamente pela torcida entusiasmada com as apresentações do brasileiro pelo time local, que chegou a campeão alemão em 2007. Paulo Rink é descendente de alemães, Cacau, porém, cujo verdadeiro nome é Claudemir Jerônimo Barreto, nada tem de alemão: é de origem pobre, nascido em Santo André/SP. A sabedoria alemã, advinda talvez do sofrimento, permite esse desapego patriótico ufanista. Cacau é muito querido por lá, não somente pelos torcedores do Stuttgart, mas também pelo técnico Joachim Low e todos os jogadores da seleção alemã.
Isso me faz pensar que o Brasil anda a ré não somente no futebol. Sempre nos fizeram pensar que o povo brasileiro não tem preconceitos e que os europeus, e principalmente os alemães, são racistas e preconceituosos. Porém, hoje, vemos políticos, padres e pastores pregando a intolerância contra pobres, gays etc. Contra pobres, sim, porque vivem a pedir pena de morte e prisão perpétua. No Brasil, pena de morte seria aplicada somente para os pobres, garanto que nenhum rico iria para forca, ou fuzilamento: o processo chegaria à corte suprema e tome habeas-corpus, ou nulidade do processo, ou sei lá o quê. Se rico não vai para a cadeia, é de se supor que para a forca não iria em hipótese nenhuma. Motivos para não se mandar um cara rico para a cadeia são fáceis de se encontrar, principalmente nos paraísos fiscais.
Quanto aos gays, eu nunca consegui entender o que um político, ou padre, ou pastor tem a ver com a vida privada dos outros. É a mesma coisa que ficar fazendo campanha porque a mulher do vizinho usa saia curta. Por que a existência daquele que é gay incomoda tanto essas pessoas? O que deve se passar no inconsciente desses caras que se preocupam tanto com a vida dos gays? Bater em minorias sociais é coisa de covarde. Colocar o aparato religioso ou político para atacar minorias é covardia. Porque esses pastores, padres e deputados não saem à rua para protestar pelo assassinato da juíza ontem, dia 11/08/2011, que estava jurada de morte e teve escolta negada pela justiça para a qual ela trabalhava?
Tudo o que escrevi aí em cima é superficial, não vale nada perto do texto de Gilmar Marcílio que li esta semana no jornal Pioneiro de Caxias do Sul, a crônica se chama O Preço da Alma, é um texto claro, lúcido e brilhante, o atalho é este:
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,3420925,1232,17639,impressa.html

12/08/2011

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